Exemplo de ambivalência dos símbolos.
Associada à estupidez pelos franceses, suas sementes são consumidas em certas sociedades africanas como símbolo de inteligência.
A cabaça é o que resta quando as sementes são retiradas e se têm a tendência a fazer delas ornamentos inúteis.
Bonecas ornamentais feitas a partir da cabaça. |
O extremo oriente oferece uma gama riquíssima de símbolos sobre o tema.
A abóbora, em razão das inúmeras sementes, é, como a cidra, a laranja, a melancia, símbolo de abundância e fecundidade.
Fonte da vida no Laos e na Tailândia, a abóbora é também símbolo de regeneração.
Para os taoístas, é símbolo e alimento da imortalidade.
O Primeiro Imperador da China era um homem eficiente ao extremo. Seu poder era amplo, seus recursos ilimitados e não podia aceitar a idéia de conquistar o mundo conhecido somente para sucumbir à morte. Um homem conhecido como Xufu, disse ao imperador que um elixir da vida eterna existia na Ilha dos Imortais, no oceano oriental e as abóboras também cresciam em tais ilhas.
As sementes de abóbora são consumidas, como alimento de imortalidade, no equinócio de primavera, que é a época de renovação, do início da preeminência do Yang, o masculino. O Tao (figura 2) - traduzindo literalmente, o Caminho - é um conceito que só pode ser apreendido por intuição. O Tao não é só um caminho físico e espiritual; é identificado com o Absoluto que, por divisão, gerou os opostos/complementares Yin e Yang, a partir dos quais todas as dez mil coisas que existem no Universo foram criadas.
Tao (em chinês: 道; pronuncia-se tao, embora na grafia pinyin utilize-se a forma dao). |
As cabaças são postas no alto dos pavilhões de entrada das lojas das sociedades secretas como sinal de regeneração espiritual, de acesso à morada da imortalidade.
As abóboras maravilhosas se encontram nas grutas, e elas próprias são grutas e participam, da sua simbologia cósmica.
O Céu em forma de cabaça, descoberto pelo sábio no interior de si mesmo, é a caverna do coração.
O microcosmo em forma de cabaça é também a dupla esfera ou os dois cones opostos pelo ápice, forma do cadinho dos alquimistas (figura 3) que, como a cabaça, é um recipiente que contém o elixir da longa vida e da montanha Kuan-luan.
Cadinho contemporâneo. |
Na China antiga, o rito da bebida comunial se efetuava, por ocasião das festividades nupciais, com a ajuda das duas metades de cabaça, uma representação das duas metades diferenciadas da unidade primeira.
Provavelmente, a ideia de longevidade associada à abóbora, se deva à perenidade da secura da cabaça.
Referência: Dicionário de símbolos. CHEVALIER, Jean & GHEERBRANT, Alain. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. p. 6-7
pt.wikipedia.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário