quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dicionário de símbolos

Abóbora (ver Cabaça)

 

Abundância, fecundidade, fonte de vida, regeneração física e espiritual, alimento da imortalidade.

Exemplo de ambivalência dos símbolos.
Associada à estupidez pelos franceses, suas sementes são consumidas em certas sociedades africanas como símbolo de inteligência.
A cabaça é o que resta quando as sementes são retiradas e se têm a tendência a fazer delas ornamentos inúteis.

Bonecas ornamentais feitas a partir da cabaça.
 
O extremo oriente oferece uma gama riquíssima de símbolos sobre o tema.
A abóbora, em razão das inúmeras sementes, é, como a cidra, a laranja, a melancia, símbolo de abundância e fecundidade.
Fonte da vida no Laos e na Tailândia, a abóbora é também símbolo de regeneração.
Para os taoístas, é símbolo e alimento da imortalidade.
O Primeiro Imperador da China era um homem eficiente ao extremo. Seu poder era amplo,  seus recursos ilimitados e não podia aceitar a idéia de conquistar o mundo conhecido somente para sucumbir à morte. Um homem conhecido como Xufu, disse ao imperador que um elixir da vida eterna existia na Ilha dos Imortais, no oceano oriental e as abóboras também  cresciam em tais ilhas.
As sementes de abóbora são consumidas, como alimento de imortalidade, no equinócio de primavera, que é a época de renovação, do início da preeminência do Yang, o masculino. O Tao (figura 2) - traduzindo literalmente, o Caminho - é um conceito que só pode ser apreendido por intuição. O Tao não é só um caminho físico e espiritual; é identificado com o Absoluto que, por divisão, gerou os opostos/complementares Yin e Yang, a partir dos quais todas as dez mil coisas que existem no Universo foram criadas.
Tao (em chinês: 道; pronuncia-se tao, embora na grafia pinyin utilize-se a forma dao).

As cabaças são postas no alto dos pavilhões de entrada das lojas das sociedades secretas como sinal de regeneração espiritual, de acesso à morada da imortalidade.
As abóboras maravilhosas se encontram nas grutas, e elas próprias são grutas e participam, da sua simbologia cósmica.
O Céu em forma de cabaça, descoberto pelo sábio no interior de si mesmo, é a caverna do coração.
O microcosmo em forma de cabaça é também a dupla esfera ou os dois cones opostos pelo ápice, forma do cadinho dos alquimistas (figura 3) que, como a cabaça, é um recipiente que contém o elixir da longa vida e da montanha Kuan-luan.

Cadinho contemporâneo.

Na China antiga, o rito da bebida comunial se efetuava, por ocasião das festividades nupciais, com a ajuda das duas metades de cabaça, uma representação das duas metades diferenciadas da unidade primeira.
Provavelmente, a ideia de longevidade associada à abóbora, se deva à perenidade da secura da cabaça.


Referência: Dicionário de símbolos. CHEVALIER, Jean & GHEERBRANT, Alain. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. p. 6-7

pt.wikipedia.org

terça-feira, 21 de junho de 2011

Galúcio, o filósofo



“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” 
Fernando Pessoa

Paula no R.H.


Avaliação por Competências


Por Paula Veber


     REPRODUÇÃO

Em inúmeros processos seletivos, as consultorias, agências e as próprias empresas utilizam a avaliação por competências como uma das maneiras de avaliar o perfil do profissional. 

Mas por que utilizar avaliação por competências?

A avaliação por competência fornece ao selecionador visão detalhada do perfil  do candidato, pois, através das vivências experimentadas pelos profissionais é possível identificar a competência  desejada.

Por exemplo, se determinada vaga exige que o candidato seja portador de senso de urgência para ocupá-la, será solicitado que narre alguma situação anterior na qual possuía responsabilidades para entregar em um curto período de tempo, o que avaliará a capacidade do profissional em focar nas situações que necessite de maior urgência em sua resolução. 
 
As Dinâmicas de Grupo, que falamos na semana passada, auxiliam no processo de identificação das competências pois, em cada atividade que é proposta, consideram-se as competências do cargo para, então, montar as dinâmicas para os candidatos. 

Em um Programa de Trainee ou de Estágio,  verificamos os potenciais individuais que deverão ser investigados nas entrevistas. 

Existem inúmeras formas de conduzir a entrevista para obter as informações necessárias, sendo que, a mesma pergunta pode ser feita de formas diferentes. 

O mais importante, nessa ocasião, é a sinceridade e clareza com que o candidato apresenta  seu exemplo; às vezes quando a resposta não é convincente ou nítida, normalmente, o selecionador realiza  a mesma pergunta com outro exemplo.

Vale ressaltar que para qualquer atividade que você exerça em uma empresa existem as competências/características da função e por meio da entrevista é que o selecionador a identificará. 

Minha dica é para que o candidato mantenha a calma e quando questionado sobre algo que ainda não tenha vivenciado, seja sincero e explique como agiria naquela situação, deixando claro que ainda não passou por tal experiência. 

E quando já tiver vivenciado a experiência exigida,  exponha sua postura,  atitudes e  resultados  de maneira objetiva.

Quase sempre dá certo!

Abraços.



Paula Veber é psicóloga e Consultora em Recursos Humanos.

Tem dúvidas sobre algum assunto relacionado a R.H.?  

Escreva para ela: psicoisinhas@gmail.com


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Amanda comenta

Os Piratas da Liga

Por Amanda Borba


Olá queridos leitores deste humilde blog. A seção “Amanda comenta” está de volta.

A semana passada foi um pouco agitada e não tive tempo de escrever um texto para o Psicoisinhas. Mas como diria a música de Charlie Brown Jr., “tamo aí na atividade”.

Para coroar esta volta resolvi escrever sobre um clube alemão muito interessante e desconhecido para a maioria dos brasileiros. Trata-se do FC Sankt Pauli von 1910.


A primeira vez que ouvi falar sobre este clube foi em uma revista. Não me lembro qual. Mas, recordo que a matéria falava sobre o fato do clube se chamar St. Pauli (São Paulo, em português), ter uma de suas camisas semelhantes ao uniforme principal do Tricolor Paulista e seu presidente ser um homossexual abertamente assumido. 

A matéria era pequena, mas, bastante insinuante no sentido de querer usar essas informações do clube alemão para irritar os são paulinos. Alguns podem ter se irritado, o que acho uma bobagem. Eu, como são paulina, nem liguei, achei um pouco ridículo, sim, mas já desencanei dessa história de “bambi”. Inclusive até brinco com isso.

A partir disso, adquiri uma curiosidade pelo St. Pauli e fui pesquisar um pouco sobre a sua história. E, então,  eu descobri como este time alemão é fascinante.

Percebi também que a matéria que queria ridicularizar o clube alemão e o clube paulista havia sido escrita por um idiota que não estava nem aí para o que o St. Pauli representa fora dos limites futebolísticos na Alemanha, na Europa e, porque não, no mundo.

O St. Pauli é um dos poucos clubes que joga com a cor marrom. E realmente a camisa branca lembra muito o uniforme do glorioso São Paulo Futebol Clube.
 
O clube surgiu em 1899 como um grupo informal de entusiastas do futebol dentro da cidade de Hamburgo. Este grupo não jogou seu primeiro jogo até 1907. O clube só foi fundado oficialmente em 15 de maio de 1910. Porém, sua história não é gloriosa no sentido de conquistas, inclusive, é repleta de ascensos e descensos.

Desde sua fundação, em 1910, o clube está abrigado no bairro St. Pauli, em Hamburgo. Nesse bairro está localizada a Rua Reeperbahn, uma espécie de "rua da luz vermelha" de Hamburgo, onde existem sexshops, bordéis, clubes de striptease, prostitutas e um museu do sexo. Entre cais e bairros de trabalhadores e imigrantes pobres está o estádio Millerntor, a casa dos “Piratas da Liga”.

O St. Pauli é disparado o clube de futebol mais alternativo, rock and roll e de esquerda da Europa. Aliás, talvez do mundo. A partir da década de 1980, St. Pauli iniciou a transição de um clube tradicional para um clube "cult". 

Os Piratas da Liga
De maneira espontânea surgiram ideais anarquistas, comunistas e socialistas inclinando ao clube o ambiente característico dos seus partidos. Tanto que hoje é comum ver bandeiras com o rosto de Che Guevara e faixas anarcossindicalistas erguidas por todo o estádio. Com o tempo, os torcedores adotaram a caveira e os ossos cruzados (símbolo dos piratas) como seu próprio emblema oficial.

Outro fato histórico importante é que o St. Pauli se tornou a primeira equipe na Alemanha e na Europa a banir oficialmente todos os símbolos fascistas e atividades nacionalistas, e isso tudo num momento em que o fascismo inspirava o vandalismo no futebol.

A maioria dos piratas se vê como antirracista, antifascista e antissexista e isso às vezes trouxe conflito com neonazistas e hooligans. A associação tem uma postura aberta contra o racismo, o fascismo, o sexismo e a homofobia e incorporou essa posição em seus estatutos.

Outra característica é que a torcida do St. Pauli é uma mistura incomum de punks, roqueiros tatuados, anarquistas, trabalhadores industriais, além de ter o maior número de torcedoras do que qualquer outro clube na Alemanha. A participação feminina é grande.

Politicamente engajado, nos anos 80, o time participou de um torneio em Cuba para mostrar solidariedade ao país e o seu goleiro na época, Volker Ippig, apoiou a Revolução Sandinista na Nicarágua.

Como dito anteriormente, St. Pauli e o rock são uma mistura que deu certo. Em dias de jogos, a torcida leva ao estádio guitarras e amplificadores para tocar clássicos do rock. Inclusive, o time entra em campo ao som de “Hells Bells”, do AC/DC, uma das canções adotadas por sua fanática torcida. Quando o time marca um gol o que se ouve no estádio é a canção “Song 2” do Blur. Uma loucura!


Esses são os “caras de marrom”. A canção chama-se “Song 2” e é da banda inglesa de rock alternativo Blur.

Até pouco tempo atrás, o presidente do clube era Corny Littman, um homem assumidamente homossexual. Bom, o fato é que alguns anos atrás, torcedores de outro time entoaram cantos homofóbicos contra Littman. E a torcida do St. Pauli não deixou por menos e revidou: quando o time fez o jogo de volta em seu próprio estádio, as arquibancadas estavam totalmente cobertas por "bandeiras arco-íris", símbolo do movimento LGBT ou LGBTTTs.

Enfim, na última temporada, o St. Pauli disputou a primeira divisão da Bundesliga (o campeonato alemão). Infelizmente foi muito mal e a próxima temporada será na segunda divisão.

Para finalizar, quero dizer que nunca me considerei uma pessoa alternativa ou “cult” e muito menos uma roqueira doidona. Mas não tem como não admirar a história da torcida mais punk deste mundo. Achei um máximo!




Este é um vídeo em homenagem ao Sankt Pauli, ao som de “Hell’s Bells” da banda australiana AC/DC.