Uruguay Nomá!
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La Celeste
Olá caríssimos leitores!
A Copa América está chegando ao seu final e veremos charrúas versus guaranis no próximo domingo. O Uruguai que já havia estragado a festa argentina (para a minha desilusão), tratou de despachar a seleção peruana. Enquanto isso a seleção guarani, com o seu fortíssimo ritual dos empates, mandou para casa “La Vinotinto”, colocando um ponto final em sua “revolución bolivariana” na Copa América.
Como todos podem perceber uma “onda celeste” invadiu a “Terra Brasilis”. E pelos mais diversos motivos. Seja por simpatia, por ter um uruguaio no seu time de coração ou mesmo por amar a história do futebol uruguaio. Mas o que mais está encantando muitos brasileiros são a velha raça e garra uruguaia. Aquela raça que não existe na atual geração da minha querida Albiceleste e que nunca existiu na seleção Canarinho.
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Como sugerido pelo meu amigo Tiago, eis o Lugano chegando junto na canela do adversário. MITO!
Como já li em muitos lugares, a seleção uruguaia não é apenas um time de futebol. É a representação máxima de um país.
Para nós brasileiros um quarto lugar em uma Copa do Mundo é indiferente, já que nos consideramos os melhores do futebol, os “reis do esporte bretão”. Mas para os uruguaios que, no entanto, não se gabam de serem os melhores em alguma coisa, isso significa muito. O uruguaio, graças a sua seleção, voltou a sonhar, voltou a se sentir importante aos olhos do mundo. Este país comemorou, soltou fogos, celebrou, bebeu e festejou a volta do orgulho de uma nação.
Não é a toa que os uruguaios são chamados de charrúas. Para quem não sabe, charrúas eram indígenas habitantes da região do território uruguaio, do sul do Brasil e do norte da Argentina.
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Lugano e seu olhar psicopata. A qualquer momento ele tira uma peixeira da cintura e sai matando todo mundo. MONSTRO SAGRADO DA ZAGA!
Além disso, os uruguaios ufanam-se de sua ascendência charrúa, principalmente, por causa da personalidade indomável desses índios. Tanto que desapareceram como tribo sem nunca terem sido catequizados ou “civilizados”. Com o tempo a palavra "charrúa" foi adquirindo para os uruguaios uma simbolização de valor, de força, de firmeza, de orgulho aguerrido, de vitória bélica no esporte, assim como acontece com a palavra araucano para o Chile e azteca para o México.
E essa personalidade indomável, vemos em seus jogadores e em sua pequenina população. Tanto que nos últimos anos, os uruguaios decidiram despachar do poder os tradicionais blancos e colorados e tentar uma vida mais digna com o partido Frente Amplio de Tabaré Vásquez e de José Mujica, os primeiros presidentes de esquerda da história do país.
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Óbvio que não poderia faltar o Lugano mandando um sarrafo em alguém com a camisa do Tricolor Paulista. LUGANO CHUCK NORRIS!
E assim também são os jogadores. Quem viu a Copa do Mundo e está vendo a Copa América sabe do que estou falando. Quem não vibrou com Luis Suárez quando Gyan, jogador de Gana, errou o pênalti após o próprio jogador uruguaio ter defendido com as mãos a bola que desclassificaria a Celeste? Quem não admirou a superação uruguaia no jogo contra a Argentina tendo um jogador a menos e mesmo assim jogando de igual para igual? Quem não se encanta com aqueles carrinhos sensacionais e cheios de vontade dos jogadores uruguaios?
Eles podem não ser melhores que Brasil e Argentina, que por sinal sempre tiveram um futebol mais vistoso e bonito de se ver. Mas o Uruguai tem uma coisa que está em falta tanto para brasileiros como para argentinos: a alma. A Celeste tem um time com alma de vencedor, de amor à camisa, de comprometimento e de superação. Isso foi, é e sempre será o Uruguai.
Hoje o Uruguai não precisa mais esperar que os espíritos de Manco Castro e Obdúlio Varella “baixem” em alguém. Lugano e “Ruso” Pérez são os legítimos representantes da “Garra Charrúa”.
Por fim, desde o início o Uruguai era o meu favorito para ganhar a Copa América. Fiquei um pouco desconfiada com o início, mas hoje acredito mais do que nunca no Uruguai. Sei que lutarão como leões contra os paraguaios. Por isso, neste domingo, soy Celeste.
Esta é uma canção em homenagem a Celeste, interpretada por Canário Luna. Escutem esse delicioso ritmo uruguaio, a murga.