quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dicionário de símbolos


Abracadabra


Fórmula mágica, talismã, três dimensões, proteção.

Esta fórmula foi utilizada durante toda a Idade Média.
Bastaria usar em torno do pescoço esta espécie de filactério (faixa de pergaminho, com escritos religiosos, que os judeus enrolam no braço e prendem à fronte, ao fazer as orações), escrito na disposição triangular, para conjurar diversas doenças e curar a febre.
Essa palavra viria da expressão hebraica abreg ad abra, que significa: arremessa teu raio até a morte. Em hebraico, compõe-se de nove letras. A disposição da letra alef sobre a linha esquerda do triângulo desempenha um papel mágico por sua presença nove vezes repetida.
A disposição das letras em triângulo invertido dirige a base as energias do alto, que o talismã pretende captar.
É preciso entender essa figura como tendo três dimensões: veremos um funil no qual as letras mágicas, correndo enviesadas da parte alta alargada para a parte baixa que se estreita, formam as linhas de força de um poderoso turbilhão; ai das forças do mal por ele tragadas, pois desaparecerão para sempre, saindo do mundo da luz para cair num abismo de cujo fundo nada torna a subir.
A fórmula responde às mesmas preocupações que causaram a invenção dos amuletos, talismãs ou pentáculos.
Todas essas fórmulas apóiam-se num simbolismo muito antigo e procuram dar ao homem um sentimento de proteção, colocando-o em harmonia com as leis misteriosas que regem o mundo e em relação com poderes superiores.

Referência: Dicionário de símbolos. CHEVALIER, Jean & GHEERBRANT, Alain. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. p. 7-8.

terça-feira, 5 de julho de 2011


Orientação de Carreira



Por Paula Veber.

 
Olá, queridos leitores.

Escrevo do interior do Rio Grande do Sul, de uma temperatura em torno de 3Cº. 

Recebi recentemente e-mail da leitora Gabriela, com algumas dúvidas, por isso, decidi respondê-lo em tópicos,  essas informações podem solucionar eventuais dúvidas de  outras pessoas. 
  
O primeiro ponto a ser abordado será o de direcionamento de carreira. 

Quando concluímos a graduação, devemos “perceber”  com qual área  temos mais afinidade e, então, focar nela. Em seguida, devemos levar em consideração as possíveis áreas profissionais de atuação  e  realizar uma pesquisa sobre as diferentes ramificações que a área escolhida oferece. 
 
Nossa leitora, graduada em Psicologia, possuía dúvidas sobre especializações nessa área.

Por isso, seguirei essa profissão como exemplo.

A especialização em Psicologia Organizacional é recomendada para aqueles que buscam ter uma visão geral dos processos organizacionais; Gestão de Pessoas, se a afinidade preponderante é o lidar com outras pessoas e levá-las ao desenvolvimento de suas carreiras; Gestão em R.H., visa atuação mais estratégica do negócio. 
 
Independente da área que você atua, deve traçar e orientar sua carreira, levando em consideração suas aptidões, não esquecendo de pesquisar com cuidado as faculdades que oferecem cursos de graduação e cursos de especialização e como são “vistas” no mercado de trabalho.
 
Busque sempre aprimorar e atualizar o currículo e esteja  atento a outros cursos e  palestras. Os cursos e palestras gratuitos podem ter surpresas bem interessantes e podem contribuir de positivamente com a formação e exercício profissionais.

Dica: caso você goste de trabalhar com pessoas e  com desenvolvimento de profissionais, sugiro o curso de Coaching, indicado para os profissionais que querem atuar com Treinamento e Desenvolvimento.

Um abraço bem gelado.






Paula Veber é psicóloga e Consultora em Recursos Humanos.

Tem dúvidas sobre algum assunto relacionado a R.H.?  

Escreva para ela: psicoisinhas@gmail.com



Galúcio, o filósofo



“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” 
Fernando Pessoa

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Amanda comenta


São Paulo e Corinthians: o clássico do preconceito

REPRODUÇÃO


Olá, queridos leitores!

Na semana passada como todos devem saber aconteceu o jogo entre São Paulo e Corinthians pelo campeonato brasileiro. Para minha tristeza, o meu Tricolor tomou um vareio inesperado do Corinthians e perdeu por 5 a 0.

Vocês devem imaginar o que aconteceu depois, a zoação foi total.

No mesmo dia aconteceu a Parada Gay na Avenida Paulista. Uma das maiores do mundo. Bom, muitas das piadas a respeito do placar do jogo estavam relacionadas à Parada Gay em São Paulo.

Como já disse aqui uma vez, antes me incomodava muito essa história de “bambi”. Hoje, não mais. Até falo: “sou bambi mesmo e daí? Tem algum problema com isso?” Sem contar que acho o personagem bambi da Disney muito bonitinho. Uma gracinha.

Antes de qualquer coisa quero dizer que não sou a favor da Parada Gay. Sempre a considerei despolitizada e totalmente complacente com uma imagem estereotipada da homossexualidade, o que, na minha visão, contribui com os discursos homofóbicos que a população engole sem nenhum tipo de reflexão. Pra mim, a Parada parece uma micareta. 

Porém, também discordo de todas as críticas reacionárias que muita gente faz ao evento, tecendo comentários como se todos os gays fossem promíscuos. O que, aliás, é uma imagem completamente errônea. E se muitas pessoas gostam, acham o evento divertido e pensam que mesmo a parada sendo desta forma isso não faz com que ela perca a sua importância na luta pelos direitos dos homossexuais, então está ótimo. Respeito à liberdade do outro.

Voltando ao jogo, as piadas circularam rapidamente na internet, em todas as redes sociais e estava na boca do povo durante toda a semana passada. Algumas eu achei engraçadíssimas e outras até bastante criativas.

No facebook, um amigo que sempre fala da livraria marxista colocou o seguinte: “Nada contra os são-paulinos! Indicamos este livro que conta a história da Democracia Corintiana e que pode ser pago em até 5x sem juros no cartão!”.

Achei muito inteligente! Tirou um sarro da nossa cara e de uma maneira sensacional e sem ofender. Inclusive declaro aqui com todas as letras: Eu adoro o Doutor Sócrates. Orgulho do irmão Raí! rsrsrs

Infelizmente, muitas pessoas com diarreia mental não passaram nem perto do que este amigo falou e “copiaram” muitas piadas homofóbicas. Nem vou citá-las, pois eram piadas pesadíssimas e de péssimo gosto, envolvendo coisas como estupro, ato sexual. Enfim, um monte de merda.

Aí sim, digo que isso me incomoda e a minha fé no ser humano vai para o lixo. São os “tempos CQC”, meus amigos.

Muitos vão dizer: “Mas isso é normal, o futebol é um esporte masculino e isso faz parte da cultura boleira. É comum querer irritar o outro com algo que ele não gosta”.

Quem pensa assim, só posso lamentar e dizer que não acho isso normal não. E não é porque isso, até certo ponto, "faz parte da cultura boleira" que vamos achar normal. Por exemplo, em alguns países mulçumanos, mulheres não podem mostrar o rosto, são cobertas dos pés a cabeça e usam a burca, além de serem excluídas de muitos direitos. Isso faz parte da cultura machista deles. Mas nem por isso devemos concordar com isso.

A gente reclama, com razão, quando um brasileiro sofre preconceito em estádios europeus, mas aqui não é nem um pouco diferente. As arenas se transformam em um lugar onde um bando de manés pode, abertamente, converter suas frustrações pessoais em manifestações claras de intolerância seja com os homossexuais, com os negros, com as mulheres, com os marginalizados pela sociedade e tudo isso, muitas vezes, com o apoio da mídia.

Claro, isso não é só do lado corintiano, os são paulinos também contribuem com o preconceito.  Eu nunca gostei do futebol do Richarlyson, acho um horror, mas a Torcida Independente do São Paulo, por exemplo, não cantava o nome dele no estádio. Simplesmente porque achavam ou tinham certeza de que ele é homossexual. Não sei se ele é gay, mas, se for, qual o problema?

Outra coisa, muitos são-paulinos também fazem piadas ridículas com os corintianos, geralmente os chamando de “ladrões, analfabetos, favelados”. Isso também é preconceito. Preconceito de classe.

Não quero dizer que isso é só com o São Paulo e com o Corinthians, pelo contrário, também acontece com todas as torcidas e com todos os times do Brasil e do mundo.

Falar que tal jogador do time é ruim, que seu time não ganha nada ou então que o goleiro é frangueiro, é uma coisa. Isso é realmente tirar o sarro ou então fazer uma brincadeira. Agora fazer piadas homofóbicas e classistas não é não. Não tem graça. Isso é propagar estereótipos preconceituosos. É ser conivente com isso.

Confesso, com certa vergonha, que há anos atrás, eu ajudava a propagar todos estes tipos de preconceitos. Sou humana, já errei e continuo errando bastante. Mas, aos poucos, estou me conscientizando sobre o mundo ao meu redor e buscando ser uma pessoa mais tolerante e respeitando o meu semelhante. É difícil, mas estou tentando.

Quero dizer que, como são-paulina roxa, gostaria que a diretoria do clube fizesse como seu xará alemão, o St. Pauli, e apoiasse a luta contra a homofobia e contra qualquer outro preconceito. E também adoraria ver a torcida são-paulina ter a mesma atitude da torcida dos "Piratas da Liga" levando “bandeiras arco-íris” para as arquibancadas. Seria um momento histórico e talvez o maior movimento político dentro do esporte brasileiro.

Mas, infelizmente, acho difícil que isso aconteça. Principalmente pelas "cabecinhas" que estão no clube e que fazem parte da torcida. O fato é que estamos cometendo um grande equívoco excluindo essas pessoas do esporte mais amado do país. Uma pena.


Aqui vão dois vídeos de partidas históricas do clássico “Majestoso”. Até a década de 70, o maior rival do São Paulo e do Corinthians, era o Palmeiras. Porém, devido o longo período de jejum do Alviverde durante a década de 80 e combinada com os muitos encontros em finais entre o Tricolor Paulista e o Timão, o “Majestoso” é atualmente o clássico paulista de maior rivalidade.

Final do Campeonato Paulista de 1982. Período da “Democracia Corintiana”. Show de bola do líder deste movimento, o grande Doutor Sócrates.



Final do Campeonato Paulista de 1991. Início da “Era Telê Santana”. E o show desta vez ficou por conta do maior nome desta “Era”, o “tudo de bom” do Raí.