sábado, 17 de setembro de 2011

108 anos do Grêmio! Até a pé nós iremos!

108 anos do Grêmio! Até a pé nós iremos!


REPRODUÇÃO

Por Amanda Borba.

Nesta semana, no dia 15 de setembro, um dos maiores clubes brasileiros e o mais popular time do Rio Grande do Sul completou 108 anos para a alegria da coisaboladora Paula Veber, a nossa gremista doente.

A história do Grêmio Porto-Alegrense começa com os seus trinta e três fundadores no restaurante de um hotel no centro de Porto Alegre em 1903. A partir daí, foram muitas conquistas regionais, incluindo um hepta-campeonato nos anos 80. Nacionalmente, o Grêmio venceu dois campeonatos brasileiros e 4 Copas do Brasil sendo três vezes de maneira invicta.

No início o Grêmio não aceitava jogadores negros. A história mudou em 1953, quando o ponta-direita Tesourinha saiu do Vasco da Gama e foi para o Tricolor. Entretanto, existem fontes que dizem que na década de 20 o Grêmio teve jogadores afro-descendentes, porém de maneira não oficial.

As maiores glórias gremistas foram internacionais. O Tricolor Imortal foi campeão da Libertadores duas vezes, uma vez campeão mundial, além de ter uma Recopa Sul-Americana.

Mas nem só de glórias viveu o Grêmio. O time também já foi rebaixado duas vezes no campeonato brasileiro para tristeza de seus fanáticos torcedores.

Como todo mundo sabe, o maior rival do Grêmio é o Internacional. O Rio Grande do Sul se divide em azul e vermelho. A rivalidade é tão grande que muita gente a considera como a maior do país.

Desde criança sempre escutei do meu pai que o Grêmio era o time mais "argentino" do Brasil, pois era um time copeiro e muito raçudo. Jogar no Olímpico era morte na certa. E pelo que já li e ouvi por aí, muitos gremistas confirmam esta descrição do meu pai, ou seja, para eles o Grêmio é um time "copero y peleador".

E o Grêmio que eu vi nos anos 90, da fase do Felipão, confirmou essa auto-imagem. Era realmente um time excelente, guerreiro e muito lutador. Quem não se lembra da decisão do campeonato brasileiro de 1996, contra a Portuguesa, quando Aílton nos minutos finais da segunda partida faz o gol do título? Ninguém acreditava, somente os gremistas.

Quem também não se lembra das lendárias partidas contra o Palmeiras na Libertadores de 1995. No primeiro jogo, o Grêmio bateu no Palmeiras dentro e fora de campo. O placar foi de 5 a 0 para os gremistas. Até o caneludo do Jardel, que era ótimo com a cabeça, marcou um gol com a nuca! No jogo de volta, o Verdão por pouco não reverteu o placar e venceu o Grêmio por 5 a 1.

Sempre achei a camisa do Grêmio linda. As listras azuis, pretas e brancas tornam o uniforme do Tricolor Gaúcho o mais bonito do Brasil, na minha opinião. O hino do Grêmio também é muito bonito. Foi escrita em 1953 pelo grande compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues que citou a fé e o fanatismo gremista durante uma greve nos transportes de Porto Alegre.

Para quem não conhece e nunca ouviu falar em Lupicínio Rodrigues, esta bela canção interpretada lindamente por Gal Costa foi composta por ele. Também foi Lupicínio quem inventou o termo "dor de cotovelo". 

Entre os ídolos imortais cito alguns grandes nomes como Danrlei, Eurico Lara, Mazarópi, Hugo de Léon, Dinho, Paulo Nunes, Ronaldinho Gaúcho, Tesourinha e Renato Gaúcho. Mas a lista é imensa.

Parabéns Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e a todos os torcedores que certamente estarão "com o Grêmio onde o Grêmio estiver"!

Hino do Grêmio

No cinema com a Rê: o olhar em cenas

Por Renata Pereira


A Árvore da Vida (The Tree Of Life)





Direção: Terrence Malick
Elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Joanna Going, e outros.


Sinopse: A Árvore da Vida acompanha o crescimento do filho mais velho de uma família americana, Jack, da inocência da infância até à desilusão da vida adulta, na tentativa de se conciliar na relação complicada com o seu pai. Jack vê-se perdido no mundo moderno, procurando respostas para as origens e sentido da vida, enquanto questiona a existência da fé.






De forma geral, esse filme trata de questões existenciais, subjetivas e ainda dá conta da criação do mundo com imagens extraordinárias. 

Excelente construção/amarração da história. 

Para aqueles que questionam sobre a vida, a existência e seus possíveis sentidos, é um excelente filme. 

Será possível ainda, aproveitar de forma intimista, as reflexões que são levantadas e oferecidas ao espectador. 

De fato, este não é um filme para qualquer um assistir. 

É denso, no que diz respeito à ausência de diálogos, por vezes, pode se tornar pouco cansativo, porém é de uma sutileza, de um cuidado com os sentimentos e sensações dos personagens, da vida, que faz tudo o que está ali ter total sentido e ser prazeroso poder assistir, pensar, sentir. 

Encontramos ainda muitas simbologias onde podemos fazer várias associações, e a questão da família cristã, onde temos os questionamentos do filho mais velho sobre a real existência de Deus e muito mais. 

Aqui temos a mãe que simboliza a graça, e por sua vez, o pai simbolizando a natureza. 

Algo singelo e puro, versus algo forte e intenso. 

A fotografia maravilhosa, os efeitos especiais, a trilha sonora... Fantástico.

A Árvore da Vida fala sobre criação: do mundo, das relações, dos contatos, das vidas de forma geral e como essas relações interferem em nós ao longo dos anos, ao longo de nossas vivências. 

Brilhante. 

Vale à pena conferir. Mas, só veja se não estiver com sono e nem ansioso. 


Bom filme!!!



By Rê Pereira
Renatapereira.psi@gmail.com







Renata Pereira é psicóloga e ama cinema!

Assiste de tudo, de obras "cult" até os lançamentos mais recentes da "indústria" cinematográfica.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Dicionário de símbolos


Afrodite (Vênus)



Deusa da mais sedutora beleza, cujo culto, de origem asiática, é celebrado em numerosos santuários da Grécia, principalmente na ilha de Citera.


A Mutilação de Urano por Saturno, de Giorgio Vasari e Gherardi Christofano (século XVI).
Filha do sêmem de Urano (o Céu) derramado no mar, após a castração do Céu por seu filho Cronos (daí a lenda do nascimento de Afrodite, que surge da espuma do mar).






O pênis, tão logo cortando-o com o aço   O Nascimento de Vênus, de Adolphe-William Bouguereau (1879).
atirou do continente no undoso mar,  
aí muito boiou na planície, ao redor branca  
espuma da imortal carne ejaculava-se, dela  
uma virgem criou-se. Primeiro Citera divina  
atingiu, depois foi à circunfluída Chipre
  e saiu veneranda bela Deusa, ao redor relva  
crescia sob esbeltos pés. A ela, Afrodite,  
Deusa nascida de espuma e bem-coroada Citeréia
  apelidam homens e Deuses, porque da espuma  
criou-se e Citeréia porque tocou Citera,  
Cípria porque nasceu na undosa Chipre,  
e Amor-do-pênis porque saiu do pênis à luz.  
Eros acompanhou-a, Desejo seguiu-a belo,  
tão logo nasceu e foi para a grei dos Deuses.  
Esta honra tem dês o começo e na partilha  
coube-lhe entre homens e Deuses imortais  
as conversas de moças, os sorrisos, os enganos,  
o doce gozo, o amor e a meiguice.

Esposa de Hefestos, o Coxo, por ela ridicularizado em várias situações, Afrodite simboliza as forças irreprimíveis da fecundidade, não em seus frutos, mas no desjo apaixonado que acendem entre os vivos.

Por essa razão, é muitas vezes representada em meio às feras que a escoltam.

É o amor sob sua forma física, o desejo e o prazer dos sentidos; ainda não é o amor em um nível humano.
Zeus e Hera.
No nível mais alto do psiquismo humano, onde o amor se completa pela união com a alma, cujo símbolo é Hera, a esposa de Zeus, o símbolo Afrodite exprimirá a perversão sexual, pois o ato da fecundação só é buscado em função da primazia do gozo a que a natureza o vincula. Assim, a necessidade natural exerce-se perversamente.





Todavia, pode-se indagar se a interpretação desse símbolo não haverá de evoluir com o prosseguimento das pesquisas modernas sobre os valores propriamente humanos da sexualidade.

Mesmo nos meios religiosos, de uma moralidade exigente, o problema deve ser estudado no sentido de saber se o único fim da sexualidade é a fecundidade, se não seria possível humanizar o ato sexual independentemente da procriação.

O mito de Afrodite poderia permanecer por algum tempo ainda como imagem de uma perversão, a perversão da alegrai de viver e das forças vitais, não mais porque a vontade de transmitir a vida estivesse ausente do ato do amor, mas porque o próprio amor não estaria humanizado: permaneceria no nível animal, digno dessas feras que compõem o cortejo da deusa.

Se houvesse, finalmente, uma evolução, Afrodite poderia surgir como a deusa que sublima o amor selvagem, integrando-o a uma vida verdadeiramente humana.

                                                     Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli (1482–1486).
  
Fonte: 
CHEVALIER, Jean & GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. p. 14.
http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Urano
http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Afrodite