REPRODUÇÃO |
Por Amanda Borba
“São Paulo é o túmulo do samba”. Muitas pessoas atribuem esta infeliz frase ao poetinha Vinícius de Moraes. Não sei se ele disse isso mesmo, mas o autor desta passagem certamente viajou na maionese. Na verdade, São Paulo possui uma tradição no samba pouco reconhecida. Nem mesmo nós, paulistas, conhecemos o samba da própria terra.
“São Paulo é o túmulo do samba”. Muitas pessoas atribuem esta infeliz frase ao poetinha Vinícius de Moraes. Não sei se ele disse isso mesmo, mas o autor desta passagem certamente viajou na maionese. Na verdade, São Paulo possui uma tradição no samba pouco reconhecida. Nem mesmo nós, paulistas, conhecemos o samba da própria terra.
Sampa concentrou o samba e a cultura dos escravos africanos da mesma forma como qualquer outro lugar do Brasil. Tanto que existem registros de “batucadas” desde o século 17.
Segundo pesquisas, o samba surgiu no interior do estado e por este motivo encontramos as influências rurais em sua cadência.
Enquanto isso, nas primeiras décadas do século XX, as rádios do país tocavam os grandes nomes do samba carioca, invadindo o Brasil inteiro. Em São Paulo aconteciam os cordões carnavalescos que deram origem às escolas de samba que conhecemos hoje.
O fato é que São Paulo não é e nunca foi o túmulo do samba. Não é possível negar nomes como Germano Mathias, Geraldo Filme, Paulo Vanzolini e principalmente João Rubinato, conhecido popularmente como Adoniran Barbosa.
E é sobre este último grande nome que quero escrever. Hoje, no dia 06 de agosto, estão completando 101 anos do nascimento do “poeta do povo”. Filho de imigrantes italianos, ele fez uma mistura genial da linguagem italiana com as expressões do interior de São Paulo.
Com sua voz rouca, envelhecida e um pouco desafinada cantou músicas que retratavam a vida dos pobres, da periferia, dos bairros paulistanos e homenageou algumas vezes o seu time do coração, o “Coríntia”.
REPRODUÇÃO |
É muito provável que Adoniran, mais do que qualquer outra pessoa, tenha contribuído profundamente com esta imagem autoproclamativa dos corintianos e de seu slogan: “corintiano, maloqueiro e sofredor. Graças a Deus!”.
O “poeta do povo” foi autor de inúmeros sambas famosos e que simbolizam a cidade de São Paulo, como Saudosa Maloca, Tiro ao Álvaro, Samba do Arnesto, Samba Italiano, Iracema e, a mais conhecida de todas, Trem das Onze.
Aqui deixo esta simples homenagem a este velhinho com sotaque italianado e que até hoje é uma das figuras mais representativas da “terra da garoa”.
Ô belo, é o seguinte, vou escutar o Adoniran, capiche?
Trem das Onze. A voz de Adoniran Barbosa, meio desafinada, deixa a música carregada de sentimento e ao mesmo tempo repleta de malandragem.
Saudosa Maloca deveria ser o hino nacional. A tristeza da canção é tão bonita que dói na alma. Interpretada pelo grupo "Demônios da Garoa".
Que lindinho ;)
ResponderExcluir