Olhando o caminho percorrido, o Homem percebe o quanto já andou. Em sua memória, estão gravados os obstáculos ultrapassados, as pedras pontiagudas que feriram seus pés, e, as roseiras, cujo os espinhos o arranharam, porém, não atrapalharam o perfume exalado por suas flores.
Atribui seus fracassos aos buracos em que seus pés cansados tropeçaram e suas vitórias aos atalhos que conseguiu mapear (utilizando como bússola as memórias de outras pessoas - observadas durante sua jornada - e absorvendo conhecimentos que o ajudaram a percorrer o caminho).
Sentado à margem da estrada, o Homem registra seus pensamentos, os quais, por vezes, lhes serviram de acalanto para amansar os leões que tentaram engoli-lo e para acalmar vendavais que um dia se tornaram tornados.
Levantando-se, ele segue em frente e vira sua página, como se fosse uma criança que se encanta ao ver o mar pela primeira vez e, sem medo de seu furor, corre em direção às ondas, querendo, apenas, se molhar...
O verso da página está em branco e ele, suspirando e extasiado, reflete:
"Para escrever uma nova história é necessário uma nova página."
José Galúcio
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