Minhas Tardes Com Margueritte (La tête en friche)
Por Renata Pereira
Direção: Jean Becker
Elenco: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus e outros.
Sinopse: As vidas de duas pessoas se cruzam de maneira singular e especial. De um lado, um homem cinquentão e semi-analfabeto e de outro, uma senhora de 95 anos apaixonada por literatura. Ambos iniciam de forma natural uma bela amizade.
Desde seu lançamento, estava ansiosa por assistir a esta película.
Algo de terno me motivava.
Enfim, na última semana consegui me lançar ao cinema e me embriagar com tal sensibilidade, delicadeza e humanidade ao qual este filme suscitou.
De certa forma, o filme apresenta questões que seriam clichês provavelmente, porém é conduzido de forma tão especial e leve que nos faz refletir sobre questões bastante complexas e que fez ou fará parte da vida de muitos e que nem sempre paramos para pensar, para sentir.
O personagem Germain, nos apresenta já no início do filme, vários dramas com os quais tem que lidar e seguir com sua vida.
A rejeiçãode sua mãe.
As palavras duras, discriminatórias que sempre ouviu dela. Sua mãe dizia tantas vezes que ele era um nada, o chamava apenas de “Isso” que o sentimento de ser “um nada” o acompanhou por muito tempo e assim, acreditava que não poderia fazer algo de bom, e muito menos construir uma família, ter um filho.
Os colegas de bar que sempre zombavam dele por não ter um vocabulário rico e por ser um homem simples, humilde e de coração imenso.
Sim, pois Germain é um tanto rústico, porém com uma sensibilidade tamanha capaz de superar até sua dificuldade com a leitura/palavras através do amor, da amizade, de um contato tão verdadeiro. Essa amizade se deu com Margueritte.
Uma senhora que ama literatura e tem em si a capacidade de trazer à tona cada história lida em voz alta por ela de forma muito sensível e próxima.
Com este contato, que surge de forma simples e tão sem interesse algum, vemos nascer uma linda amizade que modifica deveras, a vida dessas pessoas.
Para mim, ficou desse filme, o encontro.
Encontro de almas, de vidas.
Um encontro verdadeiro de pessoas que amam a vida e que encontraram nela alguma razão especial para vivê-la.
Simplesmente lindo.
A troca entre pessoas é algo que sempre alimentará a alma, a vida.
Assista.
Acredito que não se arrependerá.
Renata Pereira é psicóloga e ama cinema!
Assiste de tudo, de obras "cult" até os lançamentos mais recentes da "indústria" cinematográfica.
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