quinta-feira, 16 de junho de 2011

No cinema com a Rê: o olhar em cenas


Minhas Tardes Com Margueritte (La tête en friche) 


Por Renata Pereira
 

Direção: Jean Becker
Elenco: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus e outros. 






Sinopse: As vidas de duas pessoas se cruzam de maneira singular e especial. De um lado, um homem cinquentão e semi-analfabeto e de outro, uma senhora de 95 anos apaixonada por literatura. Ambos iniciam de forma natural uma bela amizade. 











Desde seu lançamento, estava ansiosa por assistir a esta película. 

Algo de terno me motivava. 

Enfim, na última semana consegui me lançar ao cinema e me embriagar com tal sensibilidade, delicadeza e humanidade ao qual este filme suscitou. 

De certa forma, o filme apresenta questões que seriam clichês provavelmente, porém é conduzido de forma tão especial e leve que nos faz refletir sobre questões bastante complexas e que fez ou fará parte da vida de muitos e que nem sempre paramos para pensar, para sentir. 

O personagem Germain, nos apresenta já no início do filme, vários dramas com os quais tem que lidar e seguir com sua vida. 

A rejeiçãode sua mãe. 

As palavras duras, discriminatórias que sempre ouviu dela. Sua mãe dizia tantas vezes que ele era um nada, o chamava apenas de “Isso” que o sentimento de ser “um nada” o acompanhou por muito tempo e assim, acreditava que não poderia fazer algo de bom, e muito menos construir uma família, ter um filho. 

Os colegas de bar que sempre zombavam dele por não ter um vocabulário rico e por ser um homem simples, humilde e de coração imenso. 

Sim, pois Germain é um tanto rústico, porém com uma sensibilidade tamanha capaz de superar até sua dificuldade com a leitura/palavras através do amor, da amizade, de um contato tão verdadeiro. Essa amizade se deu com Margueritte. 

Uma senhora que ama literatura e tem em si a capacidade de trazer à tona cada história lida em voz alta por ela de forma muito sensível e próxima. 

Com este contato, que surge de forma simples e tão sem interesse algum, vemos nascer uma linda amizade que modifica deveras, a vida dessas pessoas. 

Para mim, ficou desse filme, o encontro. 

Encontro de almas, de vidas. 

Um encontro verdadeiro de pessoas que amam a vida e que encontraram nela alguma razão especial para vivê-la. 

Simplesmente lindo. 

A troca entre pessoas é algo que sempre alimentará a alma, a vida. 

Assista. 

Acredito que não se arrependerá. 







Renata Pereira é psicóloga e ama cinema!

Assiste de tudo, de obras "cult" até os lançamentos mais recentes da "indústria" cinematográfica.

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