sexta-feira, 20 de maio de 2011

No cinema com a Rê: o olhar em cenas

A Partida (Departures)


Direção: Yojiro Takita




Por Renata Pereira

REPRODUÇÃO



Sinopse: "A Partida" conta a história de um violoncelista que volta à cidade natal no Japão com sua esposa depois que a orquestra onde toca é dissolvida. Lá, começa a trabalhar como agente funerário e depois de muitas coisas, passa a sentir-se orgulhoso de sua nova profissão, apesar das críticas dos que o rodeiam.

- Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009.









  

Escolhi um filme que não é estreia e nem tampouco se encontra em cartaz.

O escolhi por ter sido um dos filmes mais significativos em minha vida e gostaria de poder compartilhar com o maior número de pessoas essa experiência fazendo a indicação do mesmo.

Um filme que fala sobre respeito, sensibilidade, amor, e ainda sobre as diversas mortes que vivemos.

Porém, aqui a morte é abordada com tal respeito e sensibilidade que nos move para além de onde estamos e ainda promove em nós uma reflexão profunda sobre as diversas passagens que vivemos em nossas vidas e não apenas a morte carnal.

O filme desenha sutilmente o rito de passagem da vida para a morte e faz o inverso também, nos trazendo da morte que podemos vivenciar em nós, para a vida que nos chama e quer se mostrar, e nos envolve com sua delicadeza e profundidade. Um filme que fala ainda do encontro de nós mesmos no sentido de se permitir olhar as nossas questões, de nos permitirmos viver algo novo e ressignificar o velho.

Fala sobre o respeito individual e pelo próximo.

O grande lance disso tudo, é justamente o fato de que o cuidado todo com a pessoa que morreu, na verdade, é para com quem ficou. 
Para que as pessoas envolvidas no ritual de morte possam ressignificar e seguir suas vidas mesmo depois da perda de alguém querido. O trabalho de elaboração é para os que ficam e não para os que morrem. 
As Partidas são importantes para nós, para o nosso trilhar, para que possamos elaborar aqui enquanto ainda pudermos seguir. 
Veja apenas se estiver aberto para vivenciar uma experiência profundamente poética e definitivamente singular e de encontro com seu eu mais íntimo.






Renata Pereira é psicóloga e ama cinema!

Assiste de tudo, de obras "cult" até os lançamentos mais recentes da "indústria" cinematográfica.

De vez em quando, ela passará por aqui para deixar uma dica sobre algum filme interessante. Ou não.

Curte?

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