segunda-feira, 9 de maio de 2011

Amanda comenta


Quarta-Feira dos Mortos


Por Amanda Borba


Pois é, caros leitores. 

Os times brasileiros contrariaram todas as minhas expectativas para a Libertadores. Só sobrou o Santos de representante tupiniquim. Pelo menos, por enquanto. Isso não acontece desde 1994, quando o São Paulo foi o único representante do Brasil nas quartas-de-finais. 

Mas confesso que achei ótimo. Sempre me divirto com a eliminação dos favoritos.

A Libertadores é a competição mais imprevisível que eu conheço. Muitas zebras acontecem, muitos favoritos decepcionam e assim vai. 

Todo mundo está tentando explicar o porquê dessas eliminações e muitos colocam a culpa na soberba brasileira e no favoritismo que sempre damos aos times brasileiros, mesmo que não sejam melhores que seus adversários. 

Eu assino embaixo. 

Nós não conhecemos o futebol de nossos hermanos. Em compensação, eles sabem muita coisa do nosso futebol.

Isso não quer dizer que eu falei um grande absurdo no último post. Com exceção do Grêmio, que não era melhor que seu adversário (Universidad Católica), todos os outros times eram melhores que seus rivais e inclusive haviam conquistado ótimos resultados nas partidas de ida. Mas aí aconteceu a tal imprevisibilidade da Copa Libertadores da América.



O Internacional, perdendo em casa, foi eliminado pelo tradicional Peñarol do Uruguai. O Fluminense, que já deveria ter saído há muito tempo, sobreviveu apenas mais uma fase e tomou três gols do Libertad no Paraguai. O Grêmio perdeu novamente para o Universidad Católica no Chile. 

Mas o maior mico foi do Cruzeiro. 

O time mineiro não havia perdido nenhum jogo na competição e era a melhor equipe. Venceu o Once Caldas na Colômbia, mas conseguiu a proeza de perder por dois gols de diferença em casa. 

Um fiasco!

O Santos também não soube administrar muito bem a sua vantagem, passou mais na sorte. Tomou um tremendo sufoco do América do México. Foi um time extremamente medroso e cauteloso. Bom, isso é típico de time dirigido por Muricy Ramalho. Mas o Santos continua como um dos grandes favoritos ao título.

Os times brasileiros ainda não se deram conta que a Libertadores não é para “guerreiros” e sim para quem joga apenas futebol. 

Acham que a “vontade” é maior que a técnica. Se os brasileiros tivessem jogado bola, com certeza teriam passado sem nenhum problema. Eu nunca vi time que só dá pancada ganhar Libertadores, muito pelo contrário. Times que unem a técnica com a raça e que sabem administrar os resultados são campeões. 

Assim aconteceu com o São Paulo do Telê, com o Boca Juniors do Bianchi e com o Estudiantes do Sabella. 

Um dia esses times aprendem.


#MiltonNevesfeelings. Em homenagem aos eliminados deixo essa singela canção do trompetista italiano Nini Rosso.






2 comentários: