REPRODUÇÃO |
Por Amanda Borba.
7 de setembro, feriadão e comemorações em todo país por causa da independência brasileira. Agradeço a Deus e aos meus pais por nunca ter assistido esses chatíssimos desfiles de 7 de setembro. Pra mim nunca fez sentido ficar balançando bandeirinha e assistir pessoas marchando. Fui dispensada desta baboseira patriótica. Maravilha!
Enquanto isso, no estádio do Morumbi uma celebração por um momento histórico aconteceu. O maior ídolo da história do SPFC, o goleiro Rogério Ceni, está se tornando "Milenar": 1000 jogos com a camisa tricolor. O feito é tão extraordinário que, no Brasil, somente Pelé pelo Santos e Roberto Dinamite pelo Vasco alcançaram esta marca.
Nas vésperas do jogo 1000, Rogério Ceni foi alvo de todo tipo de homenagem. Mas, como qualquer pessoa, Rogério não é unanimidade, porém para grande parte da mídia e da torcida são-paulina, o goleiro-artilheiro é um "Mito".
Todo mundo diz que Ceni é um grande goleiro (alguns exageram ao considerá-lo o melhor da história), que com os pés é espetacular e 103 gols para um goleiro é uma marca dificílima de ser batida. No atual momento do futebol, movido a interesses milionários, é difícil encontrar um jogador com uma carreira tão longa e vitoriosa por um mesmo clube e que ainda é idolatrado por toda uma torcida. Não se vê com mais frequência atletas que joguem por amor à camisa do seu clube de coração e que ame o seu time incondicionalmente. Talvez, Rogério Ceni e Marcos, sejam os últimos ídolos, neste sentido, do futebol brasileiro.
Concordo com todos os elogios que são feitos a ele. Pela importância de Ceni na história do São Paulo e por todos os seus méritos, homenageá-lo é algo justo e obrigatório.
No entanto, como são-paulina, eu tenho uma relação anfibológica com Rogério Ceni. Particularmente, considero o Ceni um ótimo goleiro que já teve seus melhores momentos (atualmente não), sendo decisivo defendendo ou fazendo gols e me proporcionando ocasiões de alegrias e de tristezas. Também o vejo com um dos poucos jogadores bem articulados e com opiniões que fogem do trivial. Entretanto, diferentemente da maioria da torcida são-paulina que o idolatra demais, eu não amo nada incondicionalmente e muito menos o Rogério Ceni. Apesar da minha pouca idade, me considero uma são-paulina "das antigas" e meus ídolos preferidos do Tricolor Paulista são Raí, Careca, Pedro Rocha, e Telê Santana.
Dito isto, declaro com todas as letras que não gosto da figura do Rogério Ceni. Ele é a representação máxima do estereótipo negativo do são-paulino: antipático, arrogante, com um enorme nariz empinado e que pensa que o São Paulo é o único clube "bonzinho" e "correto" e que traz a luz que paira nas trevas da ignorância do futebol brasileiro. Ou seja, um clube diferenciado, perfeito e civilizado em meio às gentalhas.
Um exemplo disso foi no episódio hipócrita da "paradinha". Ele tentou dar uma lição de moral no Neymar e semanas depois esqueceu o seu discurso e fez a mesma coisa que o garoto. Isso é típico de quem tem muitas virtudes, mas se acha perfeito e intocável.
É impressionante como ele consegue manobrar a mídia e a torcida a seu favor, amenizando as suas falhas. Não sabe como me irrita a falta de crítica da maioria da torcida do São Paulo. Criticar ou não endeusar Rogério Ceni é algo imperdoável para essa galera. Falar sobre as famosas e odiosas "ajoelhadas" do goleiro-artilheiro ou de suas falhas é motivo de briga entre os são-paulinos. É como se estivesse "traindo o movimento" ou não sendo são-paulino.
Mas isso pouco me importa. Respeito tudo o que o Rogério Ceni fez e está fazendo pelo meu time, parabéns por todos os recordes e feitos, mas não me peçam para ser uma "cenizete", pois eu não consigo.
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